Date:
Área:
300 m2
Estado:
Competição

Centro de Yoga

O Forestyoga situa-se num terreno isolado que desce abruptamente até um vale. A inclinação acentuada desde a estrada até ao vale é tal que cria a ilusão de que o estúdio de yoga flutua sobre a encosta – um objeto camuflado que parece pairar entre a natureza. A integração do estúdio na paisagem cria um diálogo harmonioso entre o ambiente construído e o natural: cores e materiais semelhantes contrastam com o céu, que serve de pano de fundo.

A verticalidade do edifício é criada por elementos semelhantes a árvores, suportados por um sistema estrutural periférico simples, posicionados no terreno como torres de vigia ou peças gigantes de xadrez. A ideia é superar os obstáculos impostos pela topografia, ao mesmo tempo que se enfatiza o que esta tem para oferecer. O edifício remete-nos para uma arquitetura fundamental, onde “a humanidade retorna ao seu habitat natural”. As tábuas brancas que envolvem a área principal do programa têm uma qualidade reflexiva intensa, criando um forte contraste visual com as cores naturais envolventes.

A relação dialética entre o ‘aberto’ e o ‘fechado’ é evidente, onde a divisão funcional se reflete na composição dos espaços exteriores e interiores. As áreas privadas estão encerradas em espaços celulares, enquanto a área em contacto com a natureza se traduz num volume singular – explorando e praticando a ideia de “Arquitetura de Dentro para Fora”.

O programa é dividido em três elementos principais, conectados por um caminho periférico que assume a forma de uma ponte suspensa. Este caminho coexiste na parte traseira dos volumes, afastado das principais vistas sobre a encosta. Este gesto humaniza a escala e a intenção do projeto, criando um jardim zen no meio da floresta do quintal.

O primeiro elemento – a Casa de Chá e o hall de entrada – materializa-se como uma plataforma horizontal dedicada ao lazer, que pode ser utilizada antes ou depois de uma sessão de yoga. Está coberta por tábuas de madeira pintadas de branco, para acentuar a pureza do espaço, um ponto de transição entre os elementos exteriores e interiores.

O segundo e principal elemento – o estúdio de yoga – é o arquétipo de toda a planta. Assume uma posição muito clara e neutra em relação ao espaço envolvente. Todo o edifício mantém uma conexão contínua com a natureza. Esta ligação é proporcionada por janelas deslizantes (com 1,20m de altura) que expõem e fundem a sessão de yoga com o exterior através dos diferentes sentidos: visão, audição, olfato e tato.

O interior assemelha-se a um espaço místico com tetos altos – é totalmente revestido com painéis de cortiça pintados de branco. Esta escolha não só reflete o estudo cuidadoso dos materiais locais, mas também as suas propriedades térmicas e acústicas. A cortiça elimina a necessidade de tapetes, permitindo simplesmente deitar-se e contemplar o ambiente natural circundante. A estrutura periférica permite um espaço interior amplo e flexível, que pode adaptar-se facilmente aos vários temas e tipos de yoga. O volume de forma quadrada presente neste espaço consiste em áreas de arrumos e técnicas.

O terceiro elemento – balneários masculinos e femininos com duches integrados – foca-se na intimidade e privacidade que este espaço requer, expondo-o apenas através de pequenas janelas.

Podemos descrever estes três elementos como partes complementares de uma árvore – tronco, ramos e folhas – que formam um objeto único e singular.